domingo, 16 de outubro de 2011

Conhecer Lauzits

Ontem visitámos um sítio novo e improvável. Toda esta zona de Cottbus é palco de um transformação radical da paisagem há mais de 60 anos. Existem muitas minas de carvão aqui à volta, poucas em actividade e muitas já desactivadas. É fantástico pensar na dimensão destes espaços, começámos a visita na maior mina em actividade que ocupa uma área total de 9000 hectares! As máquinas, o carvão e a terra que fica, são marcas de uma alteração brutal, mas fascinante desta paisagem.







O que é ainda mais espectacular é pensar no depois, o que acontece a estes imensos buracos quando deixam de ter carvão e interesse para as máquinas? Durante a execução de uma mina de superfície, como estas, a água que existe no subsolo é constantemente bombeada para fora. Mas quando este processo é interrompido, a água volta a entrar neste espaço, que agora é um buraco gigante. Assim se formam os lagos artificiais que estão a transformar o "landscape" deste território. Existe agora um enorme projecto para a utilização destes lagos, uma ideia que pensa uma nova forma de utilizar estes passos e de atrair gente para investir, viver e visitar esta região da Alemanha que perde gente a cada dia que passa.


















Há um enorme projecto de mudança para este sítio. Estão a ser construídos canais que ligam todos os novos lagos e que pretendem funcionar como um circuito. Por um lado é fascinante, percebe-se que a natureza está outra vez a invadir este território, está a reclamar o que tinha há 5 décadas atrás. Mas parce também perigoso, tanto investimento pode dar em descontrolo total. "Seenland", região dos lagos, não pode cair no erro de se transformar numa espécie de resort foleiro que atrai milhões de pessoas todos os anos. É preciso muita atenção para que não se transforme numa espécie de Monte Gordo dos lagos.

















O IBA, "international building exebition", responsável pelo projecto de aproveitamento dos lagos, decidiu manter alguns elementos industriais numa ideia de memória do local, do que ali se passou e o que levou a esta transformação do território. São alguns edifícios, como as torres de tratamento de águas ou a mega-estrutura F60, que aparecem ao pé dos lagos e que agora têm outros usos. Este último é uma espécie de museu, pode-se percorrer de uma ponta à outra e perceber como funcionava esta máquina com 70 metros de altura e 502 metros de comprimento. Hans Peter Kuhn, artista alemão, criou uma instalação de luz e som que absorve toda a estrutura. O som remete para a ideia de memória, da história deste gigante de aço, à medida que se percorre a estrutura, ouvem-se sons que nos acompanham, sons que relembram o que ali se passava e que renovam o peso e presença que aquela máquina tinha/tem.






























1 comentário:

  1. Lindo Ponces!
    Aproveita bem esta nova fase da tua vida, um grande cigano que nos saíste na rifa!
    Quando vieres a portugal, diz qualuqer coisa :)

    beijinhos,
    Babá

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